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Novo filme sobre o massacre de judeus de Lisboa

A comunidade judaica do Porto lançou o trailer de um longa-metragem histórico sobre o massacre dos judeus de Lisboa, ocorrido na capital portuguesa em 1506. O trailer já teve mais de 150 mil visualizações no YouTube.

O filme, intitulado “1506” e produzido pela empresa portuguesa LightBox, estreia no dia 19 de abril de 2024, exatamente 518 anos após o massacre.

Estão previstos debates públicos para acompanhar o lançamento do filme em abril e maio em Miami, Nova Iorque, São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Paris, Marselha, Bruxelas, Porto e Lisboa. Ele estará disponível para visualização online gratuita em vários idiomas e em várias plataformas.

Cerca de 4.000 judeus foram brutalmente assassinados no massacre de Lisboa entre 19 e 21 de abril de 1506.

O massacre começou na Igreja de São Domingos quando uma multidão de fiéis, que rezava pelo fim da seca e da peste que afetava o país, atacou e matou vários “cristãos novos” da congregação que suspeitavam serem judeus.

Os “cristãos novos” eram principalmente judeus sefaraditas que foram convertidos à força e batizados na Igreja Católica após o Decreto de Alhambra, também conhecido como Édito de Expulsão, que exigia que os judeus se convertessem ao catolicismo ou fossem expulsos da Espanha.

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Uma multidão se formou e começou a matar todos os “cristãos novos” que encontrassem. As autoridades não conseguiram subjugar a multidão e a violência espalhou-se pela cidade, com “Cristãos Novos” sendo assassinados e as suas casas saqueadas. Os frades dominicanos do Mosteiro de São Domingos encorajaram a violência, instando a multidão a matar os “hereges” e a “extinguir a raça perversa”.

“Conhecer o massacre de 1506 em Lisboa é conhecer os acontecimentos de 7 de outubro de 2023, em Israel e os massacres históricos perpetrados contra o povo judeu em toda a Europa”, disse Gabriel Senderowicz, presidente da comunidade judaica do Porto e membro da Associação Judaica Europeia.

“A única mudança são as armas utilizadas. ‘O 7 de outubro não existiu no vácuo’, disse o secretário-geral da ONU António Guterres, e tem razão”.

A comunidade judaica do Porto tem estado ativa na promoção da cultura, história e educação judaicas ao longo da última década e já produziu outros filmes sobre a história dos judeus em Portugal.

Um desses filmes, “1618”, que conta a história da Inquisição em Lisboa, ganhou o maior número de prêmios internacionais para um filme português.

Outro filme é “Sefarad”, que conta a história da comunidade judaica do Porto ao longo dos últimos cem anos. A comunidade só foi oficialmente restabelecida em 1923 pelo Capitão Barros Basto, conhecido como o “Dreyfus Português”, depois de ter sido perseguido pelos seus esforços para restabelecer uma comunidade judaica no Porto, cerca de quatro séculos depois de esta ter sido destruída pela Inquisição Portuguesa.

Entre os importantes projetos liderados pela comunidade na última década estão o Museu Judaico do Porto e o Museu do Holocausto.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post
Foto: Divulgação

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