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Yesh Atid nega envolvimento na separação da Lista Conjunta

O partido Yesh Atid, do primeiro-ministro Yair Lapid negou, neste sábado, qualquer papel na dissolução da Lista Conjunta, depois que um de seus ex-líderes culpou o primeiro-ministro por interferir na aliança de maioria árabe.

“Yesh Atid e o primeiro-ministro Yair Lapid não estão envolvidos na divisão da Lista Conjunta e não temos ideia de quem espalhou esse absurdo ou por quê”, escreveu o Yesh Atid no Twitter.

A divisão da Lista Conjunta em chapas separadas ocorreu pouco antes do prazo final de quinta-feira à noite para os partidos registrarem seus candidatos. Os três partidos que compunham a Lista Conjunta – Hadash, Ta’al e Balad – concordaram em concorrer novamente um dia antes, mas o Balad reverteu sua decisão de se juntar à aliança se separando dos outros, deixando apenas o Hadash, de Ayman Odeh, e Ta’al, de Ahmad Tibi, concorrendo juntos.

A medida pegou o sistema político de Israel desprevenido, com analistas observando que, provavelmente, isso impulsionaria o bloco religioso e de direita do líder da oposição, Benjamin Netanyahu, se Hadash-Ta’al ou Balad não conseguirem atingir o limite mínimo de votos.

Outros observadores argumentaram que isso poderia beneficiar Lapid, já que Hadash-Ta’al poderia recomendar que ele formasse um governo após a votação de 1º de novembro, agora que o Balad está concorrendo sozinho.

Duas pesquisas na noite de sexta-feira deram ao bloco liderado por Netanyahu 60 assentos, apenas um a menos da maioria necessária na Knesset. Ambas as pesquisas deram ao Ra’am e ao Hadash-Ta’al 4 cadeiras cada, perigosamente perto do limiar, e ambas mostraram o Balad muito aquém de ultrapassar o limiar.

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Em uma entrevista na sexta-feira, o líder do Balad, Sami Abou Shahadeh, afirmou que os líderes de Hadash e Ta’al quebraram o acordo no último minuto, forçando seu partido a concorrer sozinho, enquanto acusava Lapid de orquestrar o movimento.

Uma fonte de Hadash-Ta’al também descreveu Lapid, no papel de mestre de marionetes, como “ridículo”.

“Não tenho outra explicação”, disse Shahadeh ao canal 12, sem fornecer nenhuma evidência. “Houve uma decisão, aparentemente incluindo Lapid, de destruir o Balad”.

Embora o Yesh Atid tenha negado qualquer ligação com a dissolução da Lista Conjunta, alguns membros do partido centrista pareciam contentes com a mudança.

“Não lamento que Balad tenha partido”, disse Meir Cohen, membro do Yesh Atid, em um evento em Beer Sheva, citando os comentários feitos por Abou Shahadeh contra Israel.

“É problema deles. É o argumento deles”, acrescentou quando perguntado se Lapid estava envolvido.

Ele também previu que o Yesh Atid não trabalharia com a Lista Conjunta após as eleições, seja buscando o apoio do partido para uma potencial coalizão ou outras formas de cooperação política.

A próxima eleição será a primeira vez, desde 2013, em que haverá três partidos árabes distintos concorrendo. Naquela eleição, Ra’am e Ta’al concorreram juntos em uma chapa unida e ganharam quatro assentos, enquanto Balad e Hadash concorreram separadamente e ganharam três e quatro assentos, respectivamente.

Antes das eleições de 2015, todos os quatro partidos concordaram em concorrer em chapa conjunta pela primeira vez, depois que legisladores de direita votaram para aumentar o limite eleitoral em uma tentativa de expulsar os partidos árabes da Knesset. A Lista Conjunta superou amplamente as expectativas, conquistando 13 assentos e se tornando o terceiro maior partido da Knesset.

Em abril de 2019, o partido se dividiu novamente, com Ra’am-Balad ganhando apenas quatro assentos e Hadash-Ta’al ganhando seis assentos, quedas que indicavam que o público árabe apoia uma frente política unida.

Na segunda eleição de 2019 e na eleição subsequente em 2020, os quatro partidos concordaram em se reunir como a Lista Conjunta e tiveram desempenhos fortes, conquistando 13 e 15 assentos, respectivamente, graças à participação árabe recorde.

Na eleição de 2021, porém, o Ra’am decidiu romper com a Lista Conjunta, argumentando que era necessária uma abordagem mais prática e que o público árabe precisava de representantes que priorizassem os assuntos internos dos árabes israelenses sobre a questão palestina. A Lista Conjunta ganhou seis assentos naquele ano e o Ra’am conseguiu ganhar quatro. Com a divisão da Lista Conjunta, na quinta-feira, em Hadash-Ta’al e Balad, Ra’am espera aumentar esse número, em novembro.

Mas com a previsão de que a participação no setor árabe, desiludido, cairá para níveis recordes, todos os três partidos podem correr o risco de não ultrapassar o limiar eleitoral.

Fonte: The Times of Israel
Fotos (montagem): Canva e Wikimedia

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