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Documentário sobre casamentos mistos acumula prêmios

O recente documentário da cineasta e atriz Becky Tahel, American Birthright, aborda de perto um assunto que geralmente não chega à tela grande: os casamentos mistos.

Seu primeiro longa-metragem e primeiro documentário vem acumulando prêmios à medida que avança no circuito de festivais de cinema.

Com os dados mais recentes da pesquisa Pew indicando que mais da metade dos judeus americanos que se casaram depois de 2010 o fizeram com um não judeu, para a maioria dos judeus, o casamento inter-religioso tornou-se um fato da vida.

Mesmo no mundo ortodoxo, é raro que as famílias cortem o contato com um parente casado. No entanto, ao contar uma história real sobre pessoas reais, o filme demonstra que a escolha de se casar fora da fé está longe de ser inconsequente, especialmente para os judeus.

Até American Birthright, a obra de Tahel era comédia. O que a levou a este tópico foi o noivado de sua irmã mais nova com seu namorado não judeu.

Nascida em Haifa, mas levada para os EUA aos seis anos de idade por seus pais israelenses, Tahel e sua irmã foram criadas como judias culturais e não religiosas, mas os planos de sua irmã provocaram profunda confusão em Tahel e outros parentes. “Foi o primeiro casamento misto da nossa família e isso nos dividiu”, ela lembra.

Tahel foi criada com histórias, canções e comidas judaicas, mas não muito mais. “Eu não sabia muito mais sobre judaísmo”, ela admite. “Precisei me tratar como se estivesse me convertendo”, diz Tahel durante o filme. Isso incluiu experiências como um Shabat haláchico, seguir uma dieta casher e experimentar roupas modestas.

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Tahel viajou para Israel por quatro meses, onde frequentou aulas de Torá e rezou no Muro das Lamentações. Em um dos momentos mais fortes do filme, Tahel explode em lágrimas diante dos túmulos de seus avós, ambos judeus devotos, reconhecendo a profunda conexão entre eles.

O desfecho dramático do filme acontece em Safed, onde uma professora, Chaya Leiter, do instituto Ascent, a pressiona a se comprometer. “Ela perguntou: O que você vai fazer sobre isso? Eu estava resistindo a tomar uma decisão pessoal, mas naquele momento ficou surpreendentemente claro”, admite Tahel.

Após o estímulo de Leiter, Tahel arriscou. Atualmente, ela se identifica como observadora da Torá. “Faço todas as coisas da ‘lista de judeus’”, diz ela. Ela também é casada com um homem religioso, o cineasta e músico Nathan Ben David, e o casal está esperando seu segundo filho.

Essas mudanças ela atribui ao “poder mágico místico” do documentário. “A realização de documentários é realmente uma jornada de autodesenvolvimento disfarçada pela arte de fazer um filme”, diz ela. “Eu não percebi que estava produzindo um filme da minha própria vida”, diz ela.

American Birthright ganhou o Audience Choice Award do Seattle Jewish Film Festival de melhor documentário em 2021. Tahel foi inundada com e-mails de pessoas dizendo a ela como o filme os tocou profundamente.

Não muito tempo atrás, ela passou nove dias em um cinema Laemmle em Los Angeles, observando o público enquanto assistia ao seu filme. “Vi pessoas chorando e se emocionando”, diz ela. “Ter pessoas de todas as origens inspiradas a criar conscientemente suas vidas foi a melhor parte dessa jornada louca!”

Fonte: The Jerusalem Post
Foto: Cortesia

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