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Mergulhando na cultura israelense

Por Renata Fleischman

Amiga linda, hoje dia 29 de outubro, seis horas da manhã e eu tive o privilégio de sentar na varanda da minha casa na famosa cidade de Petach Tikva para ver o sol nascer, e é assim que mais uma quinta-feira nasce.

E é sobre a minha casa que eu vim aqui conversar com vocês. Pela primeira vez em três anos, desde o início da minha aliá, tenho a possibilidade de vir morar com somente shutafot* israelenses. Que modo bárbaro de mergulhar na cultura israelense, não é mesmo? Muita gente fala que antes de casar, você deve ao menos sair e viajar com seu parceiro por um bom tempo para conhecê-lo melhor. Eu diria que se você quer conhecer alguém ou alguma cultura melhor, more com eles!

Isso mesmo, digo isso porque desde jovem escutava o meu pai dizendo: “Você não sabe o que é morar em Israel, só foi a passeio e já está pensando em fazer aliá” depois que eu fiz o famoso programa do Masa, o que eu escutava era: “Você ainda não sabe o que é morar em Israel, no Kibutz as coisas são muito fáceis”. Foi então que depois de me formar decidi vim sozinha com a cara e com a coragem, acho que depois de três anos o meu pai não pode mais dizer que eu ainda não sei como é morar em Israel.

Quantas foram as culturas que conheci em Israel só de poder morar com elas, no total foram duas francesas, uma sul africana, três americanas, uma alemã, e finalmente sete israelenses. E vou te falar, as israelenses tem uma cultura única de simplesmente ser.

É um tal de tudo que eu como você pode comer elas são muito gentis nesse aspecto, e eu óbvio gosto de retribuir a gentileza. Nunca na minha vida encontrei uma israelense que fosse mesquinha com relação à comida. De modo geral, penso que deve ser dessa forma que nascem as famosas iídiche mames. É um tal de organização de almoços durante a semana e de jantares para o Shabat.

Outra coisa que aprendi com elas é como ser aberta com relação aos meus sentimentos. Confesso que isso eu ainda estou aprendendo. Sou uma daquelas meninas que detesta dizer “nu nu nu, você não pode fazer isso”. Ontem quando eu e as minhas shutafot estávamos todas sentadas na varanda para resolver as logísticas do apartamento, pela primeira vez consegui me impor com relação a algumas coisas, e estava tudo bem! Elas mesmas me disseram, “Não vai dormir brigada com as suas parceiras, melhor falarmos o que está acontecendo e resolvermos tudo desde já”.

Para mim, é um alívio poder comunicar dessa forma com as minhas companheiras de apê. Acho que também fica muito mais fácil evitar desconfortos e lashon hará** entre nós mesmas. E é exatamente isso que eu aprendi com elas, a me impor em momentos que preciso.

Admito que também não curto brigas ou ainda escutar ou produzir um tom de voz mais alto. Com israelenses você pode até achar que quando eles gritam um com o outro eles estão brigando, mas na realidade é apenas para resolver algo. Eu continuo optando em dizer o que penso בצורה יפה (de forma educada).

Quer conhecer a cultura israelense a fundo? A convivência é tudo! Acho que afinal o meu pai realmente estava certo, só fui conhecer a cultura israelense após a minha Alia…

*Colegas de apartamento
**Maledicência

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