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A mulher brasileira na aliá

Por Heidi Rosenthal Ginzel

A mulher desempenha papel central na sobrevivência e adaptação das famílias que fazem imigração. Está geneticamente, atavicamente instituído entre tantas outras funções, o papel de cuidadora. E ao chegar a Israel necessitamos recomeçar, renascer. O que faz muito sentido neste momento, precisarmos ser cuidados. Assim a mulher necessita fazer por ela e também cuidar dos seus.

Aqui em Israel já não funciona reproduzir o conhecido, valores e padrões antigos, portanto necessitamos construir e produzir novos significados sobre o que é ser Eu, concepção de família e de vida, e especificamente no tema deste texto, pensar em que maneira eu, mulher, vou funcionar, pois tem que ser outra.

Vocês sabiam que a mulher em sua condição natural e adaptada já carrega certo grau de estresse. Verdade verdadeira… Içami Tiba, psiquiatra psicodramatista, aborda o tema através da metáfora em que a mulher é um polvo cheio de braços, enquanto o homem é a cobra, ou seja um só braço. Diz com isso que a mulher é multifacetada, faz várias coisas ao mesmo tempo. Já o homem é mais racional, direto e em geral faz uma coisa de cada vez.

Imaginem então neste momento, nós mulheres, o grau de estresse emocional diante da aliá? E, mesmo adaptada, a mulher naturalmente vive com mais estresse.

Assim nós mulheres precisamos dar novos significados ao ser mulher, à concepção de vida, às relações sociais, à vida a dois, às melhores condições da família, ao futuro dos filhos, aos cuidados consigo mesma, pessoais, digo cabelo, roupa, shopping, amigas, ao ser mulher, à vida profissional. Há ainda a necessidade de apoio nas relações pessoais e sociais, assim como dar apoio à própria família.

Os novos significados são influenciados por expectativas que temos de nossa imigração, condição de imigração, inserção laboral, ciclo de vida que diz respeito a estado civil, faixa etária, etc.

Assim podemos pensar nas boas possibilidades agora em Israel. Meninas:

Mais contato com família,

Mais atividades de lazer na natureza,

Se percebe mais,

Mais vida sexual,

Tem mais intimidade emocional com parceiro,

Mais diálogo em família,

Mais diálogo conjugal,

Se questiona mais,

Negocia mais,

Mais segurança,

E uma vida mais significativa,

Afinal essa é uma busca constante no ser humano.

No Brasil vivíamos muitas vezes em nosso piloto automático, inserido num contexto em que a vida me levava, ao invés de Eu mesma levar a minha vida.

 

Vamos fazer um exercício?

Por que estou aqui X Para que estou aqui

Ou seja

Estou aqui por que eu quero XXXX, ou

Estou aqui para fazer XXX

E então, como eu escrevo a minha vida…

Foto: Pexels

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